terça-feira, 1 de maio de 2012

A mochila


Ouvi meu nome, tempos atrás me chamando para ajudar-lhe, nada estava fácil, pensei em não dar atenção, me lembro de que estava com muito sofrimento, mas, me disseram que tu estavas sofrendo, então guardei os meus em minha mochila e fui ao teu encontro.
Foram tempos difíceis, mas eu estava lá, passamos por tudo, juntos. Choramos, enfrentamos chuvas e ventos, fortes tempestades vieram contra nós, homens maus estavam a todo instante em nosso calcanhar, clamamos a Deus por socorro, Ele parecia não ouvir.
Ficamos sem entender, os ventos não paravam de soprar, e a maldade só aumentava, parecia mesmo que tudo estava perdido, porem, hoje eu sei, já estava ganho desde o inicio, Ele já tinha nos atendido mesmo enquanto parecia distante.
E aos poucos os ventos foram se dizimando, a perversidade se autodestruiu como sempre aconteceu. Voltamos a sorrir, e a chorar de alegria, por fim tudo estava resolvido, era hora de voltar para casa, choramos ao nos despedir, mas estávamos alegres.
No caminho, me lembrei da mochila abarrotada, da qual eu haveria de encontrar quando chegasse em meu destino, esse pensamento me tomou durante todo o percurso. Recordo-me bem dos momentos em que subia as escadas para o 12º andar, e a sensação de pânico, medo e ansiedade que ficava cada vez mais forte e da vertigem que a mesma me causava.
Já estava no corredor, caminhei até a porta, tirei a chave do bolso, girei-a pela fechadura respirei fundo, hesitei um pouco e quando por fim abri, lá estava ela, em cima do sofá, como eu havia deixado, parecia até que ela estava me esperando, ansiosa, como um pai espera um filho quando este sai a uma festa nos dias de hoje.
Com certa relutância fui ao teu encontro, foi então que notei que a mochila estava mais leve, com cuidado e apreensão abri-lhe o zíper, e ela estava vazia.

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