Ouvi meu nome, tempos atrás me chamando para ajudar-lhe, nada estava fácil, pensei
em não dar atenção, me lembro de que estava com muito sofrimento, mas, me
disseram que tu estavas sofrendo, então guardei os meus em minha mochila e fui
ao teu encontro.
Foram tempos difíceis, mas eu estava lá, passamos por tudo, juntos.
Choramos, enfrentamos chuvas e ventos, fortes tempestades vieram contra nós,
homens maus estavam a todo instante em nosso calcanhar, clamamos a Deus por
socorro, Ele parecia não ouvir.
Ficamos sem entender, os ventos não paravam de soprar, e a
maldade só aumentava, parecia mesmo que tudo estava perdido, porem, hoje eu sei,
já estava ganho desde o inicio, Ele já tinha nos atendido mesmo enquanto
parecia distante.
E aos poucos os ventos foram se dizimando, a perversidade se
autodestruiu como sempre aconteceu. Voltamos a sorrir, e a chorar de alegria,
por fim tudo estava resolvido, era hora de voltar para casa, choramos ao nos
despedir, mas estávamos alegres.
No caminho, me lembrei da mochila abarrotada, da qual eu
haveria de encontrar quando chegasse em meu destino, esse pensamento me tomou
durante todo o percurso. Recordo-me bem dos momentos em que subia as escadas
para o 12º andar, e a sensação de pânico, medo e ansiedade que ficava cada vez
mais forte e da vertigem que a mesma me causava.
Já estava no corredor, caminhei até a porta, tirei a chave
do bolso, girei-a pela fechadura respirei fundo, hesitei um pouco e quando por
fim abri, lá estava ela, em cima do sofá, como eu havia deixado, parecia até
que ela estava me esperando, ansiosa, como um pai espera um filho quando este
sai a uma festa nos dias de hoje.
Com certa relutância fui ao teu encontro, foi então que
notei que a mochila estava mais leve, com cuidado e apreensão abri-lhe o zíper,
e ela estava vazia.
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